Sei que isto existe, mas não podemos generalizar.
A Mãos de Minas e o Centro Cape dos quais eu participo são ongs. A primeira vive da doação sobre vendas dos associados que serve para pagar as despesas com os 4 funcionários, aluguel, contador e não recebe nenhum centavo de dinheiro público. Já teve problemas com uma gestão anterior que deitou e rolou em cima dos recursos da associação. Nossa diretoria reassumiu em 2018 e está conseguindo colocar as contas em dia pelas dívidas deixadas pela gestão anterior. A Mãos de Minas, por ano, paga mais de R$ 300 mil em impostos (ICMS)
O Centro Cape, também não recebe nenhum centavo de dinheiro público para seu sustento. Vive de venda de serviços, das quais tira sua receita. Um deles é a Feira Nacional de Artesanato, que beneficia indiretamente mais de 20.000 artesãos de todos o Brasil, dos quais pelo menos 200 participam gratuitamente (800 indiretamente). Paga também mais de R$ 300 mil de impostos anualmente (ISSQN, PIS, CONFINS). Realiza campanhas de apoio aos menos favorecidos, mas nada direto com a entidade – em 2020, fizemos uma campanha de doação de roupas para moradores de rua e com a colaboração da população foram mais de 6 Kombis lotadas de roupas e sapatos que encaminhamos para os programas que cuidavam dos moradores na pandemia. Todo material que sobrou da Feira Nacional, que recebemos em doação – álcool, mascaras e protetor fácil, doamos para creches, asilos, postos de saúde de igrejas, etc.
Nenhuma das instituições remunera sua diretoria ou Conselho. Todos que atuam, o fazem voluntariamente.
Em todas as vezes que recebemos patrocínio para a Feira Nacional, tínhamos que prestar contas, não só para o MINC, como também para o patrocinador, com documentos fiscais válidos e cópia de extratos bancários.
Seria a mesma coisa dizer que na Câmara Federal e Senado só existe bandido ou similar! Não é verdade. Que tem, tem, mas existe muita gente bem-intencionada lá. Dizer que todo funcionário público é preguiçoso, o que não é verdade. Dizer que a Igreja é formada só por pedofilos – que também não é verdade…Enfim…que tem muita ONG que vive para benefício próprio (eu mesma já conheci muitas) é uma grande verdade, mas não se pode rotular que todas, sem exceção, são assim.
Quando a gente tinha registro de OSCIP (desistimos, pois eles obrigaram a colocar no estatuto que a Diretoria podia ser remunerada, que não concordamos), em todo meu relatório anual, fazia uma observação de que aquele relatório só teria validade se fosse comprovado os atendimentos que lançávamos lá. Você podia colocar qualquer coisa que ninguém vinha checar.
EU JURO, by Tânia Machado 